Existem cada vez mais pessoas que manifestam alguma relutância ou mesmo dificuldade em tomar e sobretudo seguir regularmente, as terapêuticas crónicas usadas na medicina convencional. São, em contrapartida, cada vez em maior numero as pessoas que utilizam a medicina complementar e alternativa ( MCA).
Nos EUA, por exemplo, quase 40% dos americanos já hoje usam a MCA para tratarem problemas específicos de saúde ou de bem estar (1)
Estas práticas de cuidados de saúde são, também, cada vez mais frequentemente usadas por médicos em determinados situações, o que abona bem da sua credibilidade e aceitação entre os profissionais de saúde.
Nos Estados Unidos da América existem cerca de 50 centros que englobam habitualmente programas de cuidados de saúde integrados, isto é que combinam a medicina convencional com a medicina complementar. (2).
Os resultados destas práticas sugerem que existem benefícios para a saúde e que suportam que cada vez mais médicos conheçam e informem os seus doentes dos possíveis benefícios.
Dois exemplos:
OLEO DE PEIXE NA HIPERTRIGLICERIDEMIA
Níveis elevados de triglicéridos são factor de risco de Doença Cardiovascular ( DC). Numa revisão de várias dezenas de estudos controlados que incluíram mais de 16.500 doentes, verificou-se que os suplementos de ácidos gordos ( Omega 3 ) reduziram significativamente os níveis de triglicéridos, comparativamente com o placebo (3).
A American Heart Association recomenda por isso a ingestão de ácidos gordos para baixar os triglicéridos, nomeadamente EPA+DHA.. Na maioria dos estudos verificou-se ainda ue estes suplementos de óleo de peixe estão associados a baixos efeitos colaterais, uma vez que são, comummente, bem tolerados.
Na procura de soluções para a manutenção de valores saudáveis de colesterol e triglicéridos, os suplementos alimentares surgem assim como importantes aliados na promoção do bem-estar e na protecção da sua saúde
Uma alimentação excessivamente rica em calorias, açúcares ou álcool eleva os triglicéridos, aumentando o risco cardiovascular.
GLUCOSAMINA NAS ARTROSES
A Glucosamina que normalmente se usa como suplemento é habitualmente retirada da casca do marisco, o que pode levar as pessoas a ter alguma reserva no que diz respeito a alergias ao marisco. É por isso bom recordar que as alergias ao marisco provêm da carne do marisco e não da casca.
A Glucosamina é largamente utilizada nos EUA como suplemento alimentar, sobretudo na forma de sulfato. Nas outras formas de glucosamina, parece não haver evidência de efectividade, comparativamente com a forma de sulfato.
Numa revisão de 25 estudos feita por Cochrane, envolvendo cerca de 5.000 doentes concluiu-se que o sulfato de glucosamina, em forma oral, reduziu a dor na osteoartrose e melhorou o funcionamento da articulação. (4)
O tratamento recomendado com glucosamina, com dose diárias não inferiores a 1.200 mg deve-se prolongar pelo menos durante 3 meses para se obterem os feitos desejados no processo de regeneração da cartilagem e nos níveis de liquido sinovial.
O envelhecimento leva a diminuição do metabolismo em geral, e da capacidade de regeneração de todos os tecidos, incluindo das cartilagens articulares, mercê da mudança na composição e na hidratação da cartilagem, que fica mais frágil.
Esta patologia que geralmente está associada à idade do doente, pode ocorrer contudo em qualquer idade, pois as articulações sofrem diariamente o impacto e o atrito decorrentes de nossas actividades físicas
Em Portugal cerca de 30-40% sofrem de dor músculo-esquelética e problemas articulares. (5)
Referencias
1) Barnes PM, Bloom B, Nahin RL. Complementary and a alternative medicina use among adults and children. United States 2007. Natl.Health Stat Report.2008;10:1-23.
2) American Holistic Medicine Association. Integrativa medice centers – holisticmedicine.org
3) MillerM, Stone NJ, Ballantyne C, et al.: American Heart Association Clinical Lipidology, Trombosis, and Prevention Committee of Council on Nutrion. Circulation 2011;123:2292-2333
4) Towheed TE, Maxwell L, AnastassiadesTP, et al. Glucosamine therapy for treating osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2005
5) DiaMundialContraDor16Outubrode2009TextodaCEEMC – ordemenfermeiros.pt