Você já ouviu falar em episiotomia? Já falamos sobre este procedimento aqui no BigMãe em um artigo sobre o «Enigma do Parto»de autoria da Doula e Terapeuta Yolanda Castillo, que nos esclareceu sobre este procedimento.
Yolanda Castillo: …«Episiotomia é um dos procedimentos com taxas mais elevadas em alguns hospitais. Para quem não sabe, a episiotomia é uma incisão na região do períneo que costumam fazer para ampliar o espaço para o bebê passar e também para proteger o períneo de possíveis rasgões no parto. A questão é que existem estudos científicos que confirmam que este protocolo não protege o períneo desses rasgões. Porém muitos complexos hospitalares continuam-se a pôr em prática procedimentos por protocolo ou rotina, sendo que alguns destes procedimentos não têm estudos científicos que comprovem algum benefício no seu uso.»….
Posto isso, por isso enfatizamos que a mulher deveria poder escolher de forma consciente e informada quais são os procedimentos a que quer ser submetida, e ao seu bebê, no trabalho de parto e parto.
Como é feita a episiotomia?
A episiotomia é feita com um bisturi ou uma tesoura, na vagina da mulher (Períneo) bem na hora em que a cabeça do bebê está passando. O procedimento pode ou não ser feito com anestesia.

Qual a função do Períneo?
O períneo é responsável por sustentar os órgãos abdominais, garantir mais prazer no sexo, e controlar a saída da urina, fezes e gases. Durante a relação sexual o períneo potencializa os orgasmos aumentando as contrações da vagina.
Veja mais em: – Porque o períneo é importante?
Por que é feita a episiotomia?
A justificativa dada para a realização da episiotomia é evitar a laceração vaginal causada pela passagem do bebê pela vagina. Porém esta justificativa não faz sentido dado que a própria passagem do bebê pelo canal vaginal já ocasiona uma laceração natural porém em menor grau do que a ocasionada por um bisturi ou uma tesoura.
Outra indicação para a realização da episiotomia seria o sofrimento fetal, ou seja, a dificuldade em “expulsar” o bebê rapidamente, e por isso a necessidade de retirá-lo rapidamente do canal vaginal para que ele possa respirar.
Veja também: – Como cuidar da Episiotomia
Incidência da execução da episiotomia nos partos normais realizados no Brasil:
De acordo com a pesquisa de abrangência nacional Nascer no Brasil – Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, realizado pela FioCruz, mais da metade das gestantes (53%) continua recebendo o corte.
A episiotomia afeta a vida sexual?
Sim, dado que o procedimento pode causar infecções, inchaço, hematomas, e dor. Tudo isso deixa a região vaginal muito sensível por vários meses tornando o sexo mais doloroso para a mulher. A região pode perder a sensibilidade ou ficar hipersensível a longo prazo, e o corte original pode dar lugar a uma fibrose tecidual, causando perda da elasticidade vaginal. Podendo tudo isso ocasionar uma despareunia (dor crônica durante a relação), fazendo com que a mulher não queira mais ter relações sexuais devido a dor e ao desconforto exacerbado.
Veja mais em: – Episiotomia e Vida Sexual