Ser mãe não é fácil. E ser filha? Nem todas as mulheres que estão neste momento a ler este post são mães, mas sem qualquer dúvida, todas elas são FILHAS. Se você tem 20, 30, 40 ou 50 anos e tem sua mãe viva, por acaso você considera-se uma boa filha? Acha que poderia ter sido ou ser uma filha melhor do que é agora? Se a sua mãe é falecida, o que você teria mudado na relação de vocês?
Quando somos muito jovens quase sempre temos conflitos com nossas mães quer seja porque elas nos criticam demais, e nos é difícil aceitar a crítica, quer porque temos pensamentos diferentes; enfim, por vários motivos podem surgir estes conflitos. Quando entramos na casa dos 30 aos 50 anos e temos a sorte de ter nossa mãe viva, nascem muitos questionamentos e muitos medos. O principal medo é: Como será no dia em que minha mãe partir? Como vou suportar viver sem a minha mãe?
Se você tem um bom relacionamento com sua mãe, ótimo. Se você teve ou ainda tem dificuldade em relacionar-se com a pessoa mais importante da sua vida, você deveria ler o livro «O bom, o mau e o inconfessável nas relações filha e mãe» de Natasha Fennell & Róisín Ingle (Editora Planeta).
A idéia de escrever este livro nasceu quando Natasha Fennell deparou-se com sua mãe hospitalizada com uma doença incurável e começou a questionar-se se teria sido uma boa filha, ou se a sua mãe sabia o quanto Natasha a amava e o quanto o relacionamento das duas era importante para Natasha. Depois de muita reflexão, Róisín Ingle jornalista e editora do Jornal The Irish Times (Irlanda) juntou-se a Natasha e após acertarem as coisas para escreverem o livro, Róisín Ingle publicou em sua coluna no Jornal em que trabalhava a seguinte mensagem: «Se é mulher e gostava de melhorar seu relacionamento com sua mãe, antes que seja demasiado tarde, envie um email para…..» Recebeu mais de 100 emails todos com filhas a narrarem suas dores, seus sentimentos de fracasso, baixa auto estima, tristeza e rejeição que sentiam em relação as suas mães.
Juntas, Natasha Fennell & Róisín Ingle, fundaram o «Clube das Filhas» onde mulheres podiam frequentar e lá falarem mais sobre os seus relacionamentos com sua mães, e muitas destas histórias encontram-se neste livro. Um livro fácil de ler, sensível, que muitas vezes nos faz rir ao nos depararmos com a descrição de uma mãe parecida com a nossa, e também nos faz chorar por vermos que outras filhas têm dores e tristezas parecidas com as nossas.
O livro «O bom, o mau e o inconfessável nas relações filha e mãe» traz inúmeras narrativas de filhas que tiveram problemas com sua mães e como fizeram e/ou fazem para superar o problema, contam como sentem, como lidam com os sentimentos de dor, mágoa, rejeição, raiva e desprezo. Esta obra faz-nos ver que a relação mãe e filha tem seus altos e baixos, e que ser filha pode ser muito mais difícil do que ser mãe. Uma coisa há em comum entre todas: o sentimento de culpa. E nem todos os finais são felizes.
Acho que toda e qualquer relação tem seus percalços, mas a relação mãe e filha é mais especial que as demais, e se uma filha tem problemas com a sua mãe, certamente ela levará esta dor para outras esferas da sua vida; por isso a importância de tentar compreender os dois lados e tentar lidar com o problema da melhor forma possível para que no futuro o remorso não venha a corroer os seus dias.
Não tenho dúvida que este livro vai ajudar, você filha, a se entender, a tentar entender a sua mãe e principalmente fazer com que a sua relação com ela se torne mais amiga; ou se você não conseguir salvar esta relação; ao menos ficará em paz com seu coração ao se aperceber que muitas outras filhas passam por problemas semelhantes aos seus; e quem nem sempre só boa vontade é o suficiente para fazer algo dar certo.
Boa leitura.