Os métodos contraceptivos hormonais são os mais utilizados pelas mulheres devido a duas principais características: fácil administração e baixo custo (no caso da pílula). É também considerado como um método eficaz de controle do período fértil e da gestação não desejada.
Diferente dos métodos contraceptivos naturais, que de forma geral requer o reconhecimento e identificação das fases férteis por meio do próprio organismo, assim como abstinência sexual nestes períodos.
É ainda um método reversível e que não invalida a possibilidade de engravidar, quando interrompido o uso. Mas vale lembrar que estes métodos não possuem uma característica importante: a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Apenas aliado a um dos métodos contraceptivos de barreira (o preservativo masculino ou feminino) é que há uma redução significante, mas não total, de contrair este tipo de doença.
Métodos contraceptivos hormonais – vantagens e desvantagens
A escolha e utilização destes métodos hormonais deverão ser feitas com o auxílio de um médico especialista, uma vez que alteram a composição hormonal do corpo da mulher. Reações indesejadas podem surgir. Mas há sempre uma opção que pode ser adaptada ao seu corpo e modo de vida.
1. Anticoncepcional Combinado Oral (ACO)
Este é o método contraceptivo hormonal mais conhecido entre as mulheres: a pílula. Muitas não sabem, mas a pílula tradicional pode ser encontrada com duas fórmulas diferentes (combinada e minipílula). A combinada é aquela constituída de estrogênio e progestagênio e a minipílula, constituida de gestagênios. Além das questões hormonais, as pílulas combinadas ainda podem ser classificadas em dois tipos.
Monofásicas, que são aquelas tomadas diariamente e que possuem a mesma quantidade hormonal, sendo ingerida no quinto dia de menstruação e é tomada até acabarem todas (geralmente 28 dias), com intervalo de outros 7 dias, até recomeçar. Multifásicas, que possuem dosagem diferentes, podem proporcionar menos efeitos colaterais, e que são tomadas de acordo com a fase do ciclo.
Vantagens: quanto utilizada corretamente (dia e hora) é em média 99,7% eficaz; ajuda a regular o ciclo menstrual; reduz os efeitos da TPM (pré-menstrual) assim como as cólicas; não interfere na fertilidade; não interfere na relação sexual (não exige abstinência); pode melhorar a pele (acne).
Desvantagens: é preciso tomar diariamente, de forma regular (mesmo horário); em algumas pessoas causa náusea, alteração de humor, retenção de líquido, dor de cabeça e manchas na pele e a ingestão de outros medicamentos podem interferir no efeito.
A pílula do dia seguinte também é um método contraceptivo hormonal, mas que só deve ser utilizado em caso de emergência (não utilização de métodos contraceptivos). A sua eficácia de 84% só existe quando é tomada dentro de um período de 72 horas (idealmente nas primeiras 12 horas após a relação sexual). A desvantagem deste medicamento é que ele possui uma elevada concentração de hormonas. Quando utilizado com frequência pode causar alterações no organismo, gravidez nas trompas e/ou perda de efeito.
Observação: Existem estudos que dizem que o uso prolongado pode aumentar o riso de câncer de mama. Em contra partida, reduz o risco de câncer dos ovários e reduz a incidência de quistos funcionais.
2. Adesivo de pele
Trata-se de um dispositivo similar a um curativo Band-Aid, colocado sobre a pele para liberar na corrente sanguínea hormonas semelhantes àquelas produzidas nos ovários. Além de tornar o muco cervical mais espesso (dificultando a passagem dos espermatozoides), os hormônios liberados tem a função de impedir a ovulação.
O adesivo deve ser colocado sempre no primeiro dia de menstruação e depois substituído, uma vez por semana, durante três semanas. A quarta semana é a de descanso, e pode ser retomado o método. Apesar de ser pouco utilizado e estudado, a estimativa da sua eficácia ronda os 98%, aproximadamente.
Vantagens: não interfere no ato sexual e no dia a dia; fácil utilização e reposição apenas uma vez por semana.
Desvantagens: pode causar coágulo no sangue (potencializando tromboses e infartos); efeitos colaterais como náuseas, sensibilidade nos seis, dor de cabeça e possíveis irritações na pele.
3. Dispositivo intrauterino
Diferente do método de barreira, constituído de cobre, há um dispositivo intrauterino hormonal (DIU) que é de plástico e libera a progesterona. Por isso também é considerado como um método contraceptivo hormonal. Apesar de ambos impedirem o contato do espermatozoide com o óvulo, o método hormonal ainda provoca o espessamento do muco cervical e, assim como o método adesivo, dificulta a passagem do esperma.
Vantagem: sua eficácia está entre 96% e 99%; não interfere no ato sexual; possui um longo período de utilização (um ano) e pode ser utilizado para o controle das hemorragias vaginais.
Desvantagens: necessita de acompanhamento médico (para colocação e avaliação); algumas mulheres não se adaptam por ser um objeto estranho dentro do organismo e em alguns casos, pode aumentar as cólicas menstruais.
4. Anel vaginal
Como o próprio nome diz, este método contraceptivo é um anel flexível que libera hormonas, de forma contínua, na corrente sanguínea. Este hormônio impede a liberação do ovário e consequentemente a fecundação. A correta utilização deste método prevê que ele seja colocado no primeiro dia da menstruação, sendo o primeiro mês de adaptação (não eficaz na sua totalidade).
Assim como o adesivo, o anel pode ficar dentro da vagina por um período de três semanas, para uma de descanso. Quando colocado corretamente, possui o grau de eficiência dentre 99,6% e 99,8%.
Vantagens: não interfere na relação sexual; provoca menstruações mais curtas e pode diminuir as cólicas menstruais.
Desvantagens: algumas mulheres sentem desconforto para sua colocação e utilização (manual) e pode provocar irritação vaginal.
5. Implante subdérmico
Este método contraceptivo hormonal é aplicado no braço da mulher para liberar as hormonas na corrente sanguínea durante um determinado período de tempo. A sua colocação (bastonete) e retirada é realizada por meio de uma microcirurgia e possui a durabilidade de até 3 anos.
Possui a mesma premíssa de impedir a ovulação e espessar o muco cervical para dificultar a passagem dos espermatozoides. A eficácia neste caso ronda os 99,5%.
Vantagem: melhor método a longo prazo; reduz as dores menstruais assim como o risco de anemias e não necessita de controle frequente.
Desvantagens: efeitos colaterais mais evidentes como acne, ganho de peso; queda de cabelo; alteração de humor e libido; possível dor e irritação no local de aplicação e em alguns casos, alterações do ciclo menstrual.
6. Injeção hormonal
Aplicado por meio de uma injeção no músculo do braço da mulher, este método contraceptivo hormonal é realizado com a frequência de três em três meses, para inibir a ovulação. Sua eficácia é de aproximadamente 99,6% .
A injeção deve acontecer até o quinto dia do ciclo menstrual de forma a inibir a ovulação. Porém, diferente dos demais métodos, este acontece devido a supressão das gonadotrofinas e da alteração dos mucos: cervical e endométrico.
Vantagens: é um método cômodo e seguro; que não exige medidas diárias; pode regular a menstruação e diminuir a cólica.
Desvantagens: o primeiro mês não apresenta a eficácia total do método; pode provocar diminuição da densidade óssea quando interrompido e os efeitos secundários são dores de cabeça, problemas gástricos e de humor; alteração do peso e náuseas.
Observação: alguns médicos afirmam que este método ajuda a prevenir o câncer de endométrio e ovário, assim como inflamações pélvicas, crises de epilepsia e anemia causada pelo processo de menstruação.