InícioGravidezO verdadeiro valor de estar presente como pai

O verdadeiro valor de estar presente como pai

Publicado em

O Bigmãe traz para vocês mais um excelente artigo de autoria de Yolanda Castillo, terapeuta holística,  e hoje o tema é: “O verdadeiro valor de estar presente como pai”; um tema pouco falado, mas de extrema importância no crescimento e evolução de um bebé. Deixamos aqui o nosso agradecimento a querida Yolanda Castillo e os nossos parabéns por mais um excelente artigo.

O verdadeiro valor de estar presente como pai

Sempre que ouvimos falar, ou falamos, da gravidez tudo gira em torno da figura materna e do bebé, eles são frequentemente os protagonistas neste processo.

Não obstante, e apesar de quase ninguém falar do pai, ele é essencial na gravidez… pois não poderia existir a criação de uma nova vida sem o amor e a relação de dois seres humanos de diferente sexo. Porém o pai não é importante apenas para a gestação deste novo ser, a influência da figura paterna é decisiva em toda a história emocional do bebé! Ele proporciona um alimento afetivo que concede ao bebé as bases para construir a sua maneira de estar no mundo.

valor-de-estar-presente-como-pai-nova-vida

Todos conhecemos as funções da mãe durante a gravidez, porém quais são as do pai???

A gravidez é uma etapa muito importante na vida do casal pois, em conjunto, decidiram que a sua relação é suficientemente sólida, e que existe amor e condições psico-emocionais adequadas para trazer um bebé ao mundo, mas, o mais importante, é que o relógio interior da paternidade e maternidade chamou à porta dos seus corações.

Quando a mulher já está grávida todos se preocupam com o seu bem-estar, que não faça esforços, que repouse, etc… Contudo poucos se preocupam com o pai e com as importantes funções que desempenha. A gravidez é uma coisa dos dois, mãe e pai, por isso o pai deve ser um apoio fundamental para a mãe. Devem partilhar abertamente os sentimentos e emoções que este novo processo faz surgir entre eles. Para além disso o pai deve acompanhar a mãe em todas as fases desta etapa. É essencial que o pai esteja presente no seguimento médico pois faz com que a mãe se sinta amada, apoiada e segura, sente que não está sozinha e que o seu parceiro está a viver, tão intensamente quanto ela, a chegada deste novo ser. Desta forma o casal reforça a solidez da sua relação.

Por outro lado, esta presença constante na evolução do bebé, faz com que este sinta que o pai anseia tanto a sua chegada a este mundo quanto a mãe; cria um vínculo de união entre pai e filho/a que dificilmente será quebrado. Conforme já mencionei anteriormente, o bebé está completamente consciente de tudo o que acontece à sua volta, enquanto está no ventre materno, e isto inclui também aquilo que os pais sentem. Assim o bebé vive com grande alegria ao sentir que entre os seus pais há uma grande união e amor, emoções e sentimentos que passam para ele também, sente que é desejado, amado e esperado com grande alegria e entusiasmo. Tudo isto acaba por se manifestar no bebé, nas bases de uma boa estrutura emocional.

Esta situação ajuda-o a sentir-se seguro, com confiança em si mesmo, ajuda-o a desenvolver uma boa autoestima, alegria, etc… afastando desta forma, da sua estrutura psico-emocional, sentimentos, emoções e pensamentos negativos como o abandono, a rejeição, a tristeza, a solidão, o medo, entre muitos outros.

Mesmo assim é essencial que o pai obtenha cuidados psico-emocionais através de terapias alternativas ou holísticas, visto que muitas vezes a paternidade é um conceito novo para o homem, e que pode surgir algum tipo de medo ao não dar o apoio necessário à mulher, ao não ter as atitudes adequadas ou até ao não atuar bem enquanto pai. Se o homem seguir estas terapias regularmente as emoções dissonantes dissipam-se, dando lugar à verdadeira essência de pai permitindo-lhe atuar em equilíbrio.

Estes são alguns dos motivos pelos quais as funções do pai se revestem de tanta importância e se tornam essenciais durante este processo.

Qual é a importância da figura paterna após o nascimento do filho?

A gravidez é uma etapa muito bonita, durante a qual deve existir uma grande cumplicidade e equilíbrio entre os futuros pais. Contudo essas qualidades que se desenvolveram devem manter-se depois de o bebé ter nascido. Muitos pensam que, após o nascimento, a figura materna continua a ser a mais importante, porém não é assim já que o pai exerce funções fundamentais e de importância vital. É trabalho do pai ajudar a quebrar esse apego e dependência, pouco saudáveis, entre a mãe e o bebé. A sua presença, nas semanas posteriores ao nascimento do bebé, é essencial para, subtilmente, dar início a este processo, ao envolver-se nos cuidados físicos e afetivos que o bebé requer, ao não permitir que a mãe monopolize o bebé.

Cabe ao pai fazer com que, de uma forma saudável, os cuidados do bebé, que vão desde o banho até à mais terna carícia, sejam partilhados. O pai estará, assim, presente para viver todos estes pequenos e valiosos momentos. Isto é, também, importante para a mãe, já que se sente protegida e amparada pelo parceiro, o que facilita o desapego ao bebé, desvanecendo-se o medo a que lhe aconteça algo, e ao mesmo tempo ganha confiança e segurança para enfrentar esta nova fase.

Por outro lado o pai sente-se útil, satisfeito, contente e ganha segurança como pai, pois participa ativamente e está ao corrente de cada pormenor acerca de tudo aquilo que acontece ao redor, ou diretamente, com o filho. Isto é necessário para que ele sinta que está a assegurar as bases da paternidade.

Por outro lado está compenetração também é vital para o bebé pois sente o amor que existe entre os pais, a cumplicidade, etc… e, para além disso, a presença do pai colabora no processo de “separação” entre bebé e mãe, criando um equilíbrio entre os três, desta forma o bebé sente-se também mais equilibrado e goza da não dependência da mãe, o que lhe permite percorrer de forma saudável os caminhos que o conduzem ao mundo externo à família, ajudando-o a sentir-se bem com as outras pessoas, conseguindo ao mesmo tempo que não se instale nele um sentimento de estranheza em relação aos pais, que se manifesta pelo choro, inclusive quando os avós o pegam ao colo. Este comportamento é prejudicial para o bebé pois faz com que tenha dificuldades em relacionar-se com o mundo.

O pai ajuda o filho a cumprir os objetivos no mundo exterior, ao encarregar-se de ordenar a estrutura da sua psique e, ao mesmo tempo, a sua identidade e personalidade; desta forma a criança consegue ter uma visão objetiva e um impulso de concretização, que faz com que não tenha medo de alcançar as suas metas, e que não sinta dependência de outros (incluindo a mãe) que o impeçam de levar a cabo aquilo que projetou para si próprio, por causa das suas inseguranças.

Que consequências se refletem no bebé quando o pai não realiza as suas funções ou quando é um pai ausente?

Quando a função paterna sofre alterações e o pai não pode estar tão presente quanto deveria estar, quer seja a nível físico ou psico-emocional, o equilíbrio entre o yin e yang do bebé está alterado. O seu organismo gera sintomatologias com maior facilidade já que o sistema imunológico está debilitado, sendo este propenso a ampliar tudo. A ausência da figura paterna gera inseguranças, medos, raiva, tensão e uma profusão de sentimentos e emoções negativas, que abrem as portas a todos os tipos de vírus, bactérias, etc… Este desequilíbrio origina um padrão psico-emocional que faz com que o bebé adoeça mais facilmente.

Ao mesmo tempo também a relação com a feminilidade e masculinidade é afetada. Normalmente os meninos que sofreram o incumprimento das funções por parte do pai não conseguem relacionar-se, de forma normal, com o género masculino.

Se o bebé é um menino vai ter muitas dificuldades em confiar nos homens porque de algum modo se sentiu atraiçoado por eles na infância, ou pela sua falta de constância e empenho que, assim como os seus medos, fazem com que as coisas sejam dessa forma. No caso das relações com as mulheres sentirá uma grande dependência delas, procurará um apoio similar ao que encontra na mãe, pois é esse o que lhe transmite segurança e o faz sentir-se amado.

Se for uma menina a sua grande confidente será a mãe, já que sempre lhe demonstrou estar ao seu lado de forma incondicional. Isto estender-se-á ao seu círculo mais próximo, que será composto na sua maioria por meninas, pois com elas sente-se bem, em família, protegida e com esse vínculo especial, como o que lhe transmite a sua mãe. Por outro lado, com os meninos, o seu relacionamento será mais difícil pois receia ser abandonada, que não a ajudem ou compreendam.

Estes são alguns dos motivos que demonstram a importância vital da presença paterna durante a gravidez e no desenvolvimento da criança.

Qual é a posição adequada do pai na estruturação psico-emocional do filho?

Como vimos até agora o pai é uma “peça” chave para o bebé. É necessário que o pai seja capaz de manter uma posição adequada na educação do filho e na sua autonomia. Muitas vezes associamos o termo educação a quando a criança já passou a etapa de “bebé” e esquecemo-nos que é nesta fase, calculada desde que o bebé vem ao mundo, que começa a educação.

Coisas básicas como os horários para comer ou o local e horários para dormir, o momento do banho, de relaxar-se ou inclusivamente de se vestir, são hábitos que se adquirem mediante a educação do bebé, e que grande parte das vezes dependem da mãe. Quando uma mulher deu à luz recentemente, e/ou se é mãe pela primeira vez, surgem muitos medos e inseguranças. O pranto do filho provoca um pavor tão grande que ela faz qualquer coisa que seja necessária para que ele se cale, sem pensar nas consequências do que está a fazer.

Por exemplo: o bebé precisa de ter um quarto próprio, um espaço para ele, com a sua própria energia, mas isto não é quando já tem meses ou um ano, mas desde que vem para casa. Em muitas das situações em que o bebé chora de noite a mãe coloca-o na cama do casal, pensando que é o mais adequado, porém, na realidade, está apenas a alimentar a sua própria insegurança e a dependência do seu filho, para além de que este é um hábito pouco saudável.

Neste aspeto o pai consegue ser mais coerente e discernir as suas emoções primárias das adequadas para o desenvolvimento psico-emocional do bebé. A mãe, sem se aperceber, faz com que o bebé, à medida que o tempo passa, ganhe mais dependência dos pais em vez de autonomia. Este comportamento é errado pois para se converter numa criança psico-emocionalmente saudável o bebé precisa de hábitos e do seu próprio espaço, apenas assim conseguirá crescer…

O pai tem que ser coerente com o que diz e com as suas atitudes, para isso ele tem que confiar em si mesmo, nos ensinamentos que transmitiu ao filho desde bebé, desta forma ajuda o bebé a sentir-se mais seguro e faz com que tenha uma autoestima adequada, que lhe permita desenvolver-se adequadamente em todos os âmbitos que vão surgindo ao longo da vida.

Ser um pai que acredita em si próprio não quer dizer que se creia infalível, nem que deve atuar com prepotência e arrogância, nem ter medo dos seus erros e dos do filho mas sim que aprende com os erros e que consegue modificar os hábitos para encontrar o equilíbrio, não apenas na relação familiar, mas também ajudando o filho a equilibrar as suas relações com o exterior.

É necessário que o pai tenha sensibilidade pois apenas assim conseguirá compreender e amparar os filhos. Se é uma menina esta sensibilidade é essencial para que compreenda as suas necessidades afetivas e consiga alcança-las. Caso seja um menino essa atitude também é muito importante para que ele consiga fazer uma gestão adequada das suas emoções e não sinta que deve ser um “macho”, desta forma compreenderá que  emocionar-se e ser mais sensível nas situações é completamente normal e saudável.

Quando um anjo, que está do outro lado, elege um homem como pai, está a dar-lhe um presente maravilhoso. Com ele amadurecerá e crescerá… ajudará a formar um novo ser que se converterá num adulto saudável, seguro e feliz!

Yolanda Castillo

http://centro-medicina-holistica.comunidades.net/

Veja abaixo todos os artigos escritos por Yolanda Castillo no ano de 2013 para o Bigmãe:

http://www.bigmae.com/gravidez-a-importancia-de-sermos-pais/

http://www.bigmae.com/nascimento-o-inicio-de-uma-nova-vida/

http://www.bigmae.com/o-que-e-terapia-metamorfica-beneficios-durante-a-gravidez/

http://www.bigmae.com/alimentacao-holistica-durante-a-gravidez/

http://www.bigmae.com/atividade-fisica-relaxamento-e-cuidados-psico-emocionais-na-gravidez/

http://www.bigmae.com/a-importancia-de-ser-uma-mae-saudavel/

MAIS POPULARES

Primeira Comunhão – o que é, como e quando acontece

A Primeira Comunhão ou Primeira Eucaristia é o ato religioso da Igreja Católica no...

As 30 melhores brincadeiras antigas para crianças

As brincadeiras antigas para crianças mais famosas eram: amarelinha, bolinha de gude, cantigas de roda, passa anel, roda pião, pipa, ensine à sua criança para brincar.

15 brincadeiras folclóricas que toda criança precisa conhecer

Brincadeiras folclóricas são brincadeiras antigas e são passadas de geração para geração mantendo suas regras básicas de origem.

Jogo da Velha: Saiba as regras e aprenda a jogar

O jogo da velha é um jogo de regras extremamente simples, e que diverte adultos e crianças em qualquer lugar e a qualquer hora do dia. Excelente passatempo!

Últimos Artigos

Filhos e Vida Profissional – Mães que Trabalham Fora

Você tem uma carreira promissora, mas com a chegada dos filhos não sabe como conciliar a sua carreira e a família, os filhos com a sua vida profissional.

Quando devo tirar a mamadeira do meu bebê?

Chega uma hora que é inevitável tirar a mamadeira do seu pequeno bebê. Esta é, no entanto uma tarefa complicada, saiba quando e como deve tirar a mamadeira.

As crianças devem praticar exercícios físicos ou esportes?

Saiba o que é melhor para a criança: Exercícios físicos ou esportes? Você vai perceber que ele vai ficar mais bem disposto além de ter um sono melhor.

As 30 melhores brincadeiras antigas para crianças

As brincadeiras antigas para crianças mais famosas eram: amarelinha, bolinha de gude, cantigas de roda, passa anel, roda pião, pipa, ensine à sua criança para brincar.

Mais artigos relacionados