Já falamos aqui no Bigmãe sobre o Projeto Orelhinha que tem como objetivo ajudar crianças que tem “orelha de abano” na realização da otoplastia; cirurgia plástica que corrige as orelhas de abano. Este pequeno e simples problema, a chamada “orelha de abano”, para uma criança pode se tornar num grande trauma, já que na escolinha os coleguinhas tendem a fazer brincadeiras e colocar apelidos pouco agradáveis. Hoje o Bigmãe traz para vocês mamães um artigo especial que aborda o tema e desmitifica a cirurgia plástica nas orelhas das crianças.
Veja abaixo o que nos conta Dra. Karina Gilio, Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Cirurgia Plástica na Orelha – Otoplastia
Cirurgia plástica é recomendada para pacientes com orelhas de abano, imperfeições, aumento do furo do lóbulo, atrito e acidentes genéticos. As orelhas quando não bem posicionadas ou um pouco “avantajadas” são motivo de chacota. “Dumbo”, “orelha de abano”, “topo Gigio”, “fusca de porta aberta”. Esses e muitos outros apelidos nascem na infância e causam danos emocionais que se arrastam pela vida toda.
A prática chamada atualmente de bullying causa constrangimento, perda da auto-estima e problemas de sociabilidade. A boa notícia é que a correção da famosa “orelha de abano”, técnica conhecida como otoplastia, é mais simples do que se imagina.
Hereditária, a orelha de abano tem caráter congênito e já se apresenta desde o nascimento. Mas até os quatro meses de vida, o recém nascido recebe grande quantidade de hormônio materno o que torna a cartilagem maleável, por isso muitas mamães ainda seguem receitas que são passadas de geração em geração, onde seria possível modelar a orelha do bebê com curativos, mas este procedimento não é correto. “A pele do nenê é muito sensível, usar fita crepe para corrigir a posição da orelha pode machucá-lo. Além do que a orelha de abano é composta por combinações de alterações que não podem ser corrigidas simplesmente prendendo a orelha para trás”, alerta a cirurgiã plástica, Dra. Karina Gilio.
O assunto orelha é tão instigante que mitos e receitas milagrosas sobre a orelha são criadas, tamanha é a curiosidade relacionada ao assunto. Um mito sobre o tema gira em torno do crescimento da orelha – não é verdadeiro afirmar que o órgão se desenvolve ao longo da vida. A orelha cresce até aproximadamente os quinze anos de idade, após este período, com o envelhecimento, o que acontece é um aumento devido à flacidez da pele e de partes moles e não por crescimento de cartilagem.
Para ser usado como parâmetro a média de dimensões da orelha de um adulto é de 5,5 cm de altura até 7,5cm e largura de 3 a 4,5cm com eixo de inclinação posterior 20°. “Há estudos onde apontam que a partir dos 3 anos de idade, a orelha já atingiu 85% do seus crescimento, portanto, seria possível a realização da otoplastia, entretanto, é mais indicada a partir dos 5 anos de idade quando a própria criança pode referir o desejo de operar por conta do bulliyng”, explica Karina.
A plástica na orelha também é indicada onde casos que com o atrito repetitivo podem deformar o órgão, como é o caso de atletas ou lutadores que podem apresentar deformação por contato, onde a orelha sofre alteração por conta de hematomas na cartilagem.
Outra indicação para a otoplastia são em pessoas que usam brincos pesados ou alargadores, onde o furo da orelha é aumentado excessivamente rasgando o furo do lóbulo da orelha. “Isso acontece porque o lóbulo é formado por pele e partes moles, onde a correção acontece com um pequeno procedimento que pode ser realizado com anestesia local, a incisão é feita atrás da orelha, após é feita a modelagem da cartilagem com raspagem, finalizando com pontos internos”, completa.
Para quem decide pela operação plástica para corrigir a orelha, a otoplastia como qualquer outra operação, exige cuidados pré e pós-cirúrgicos como: exames pré-operatórios para avaliação pré-cirúrgica. No pós-operatório o paciente usa curativos por aproximadamente 2 dias e após a retirada é obrigado o uso da faixa por 30 dias.